sexta-feira, 12 de julho de 2013

UM POEMA


Funeral Blues 
(W. H. Auden. Tradução de Érica Loise Tomazini)

Parem o tempo, interrompam as comunicações
Com grandes  ossos, façam calarem-se os cães
Silenciem os pianos e com tambores abafados
Tragam o caixão e o cortejo dos desolados

Aviões circulem sobre o horto
E escrevam no céu Ele Está Morto
Enfeitem os pombos com fitas escuras
Façam os guardas nobres figuras

Ele era meu norte, meu sul, meu leste e oeste
Minha semana de trabalho, meu prazer inconteste
Meu meio-dia, meia-noite, minha conversa e meu Fado
Eu pensava que o amor era eterno, e estava errado

As estrelas não são bem vindas agora, que as expulsem
Embrulhem a lua, o sol desmanchem
Removam o oceano e varram a mata
Eis que tudo agora servirá a nada.