quarta-feira, 27 de junho de 2012



Vamos parar de fazer lavagem cerebral nas crianças


Recentemente, uma criança, de pouco mais de 4 anos, foi sequestrada quando acompanhava seus familiares em um culto evangélico. Coisa terrível, sem sombra de dúvida. Mas a pergunta que me faço é a seguinte: que fazia uma criança nessa tenra idade em um lugar que de tanta gritaria assusta até a mim?
Esses locais, templos de todas as denominações, servem a vários propósitos e o mais pernicioso deles é o de doutrinar infantes.
É impossível esquecer episódios terríveis de fanatismo que encontram suas origens na doutrinação de crianças. A religião é como droga: em doses controladas nao causam tanto mal, mas em grande quantidade quase sempre é fatal. Claro que entendo ter sido a religião um bálsamo para milhões de pessoas por milhares de anos para agruras devidas ao seu tempo. O que nao me entra na cabeça é ver menininhos de seus 3 anos por ai entoando a pleno pulmões "o sangue de cristo tem poder". E vá você dizer às seus pais que isso é doutrinação infantil: ficarão possessos e vao tecer acusações de endemoninhado e etc. 



















Argumente que quando se ensina um único viés de um assunto amplo para uma pessoa está se doutrinando e rapidamente virão com o "imbatível" contra-argumento  de que como pais eles tem o direito de decidir sobre que tipo de educação e valores querem transmitir aos seus. E isso é inconteste. Nao estou aqui discordando - só lamentando. 
Eu poderia dizer que na Grécia Antiga outros deuses eram socados goela abaixo dos jovens.  Hoje é Jeova, Deus, Maome e congêneres. Mas ao seu modo gritariam em resposta algo do tipo "Deus é unico", "Deus é fiel" porque eles também sao resultado de lavagem cerebral. Como eu poderia fazê-los ver que costume nao é uma razão valida para se manter um dogma? 
O que quero dizer, na verdade: lugar de criança nao é onde  adultos fanatizados gastam seu tempo gritando palavras sem sentido, mas em escolas ou em parques infantis. Nao garante que ela estará a salvo de violências ou sequestros, mas certamente estará mais preparada no futuro para ser feliz - que é , eu espero, o desejo dos seus pais!            
  
               

segunda-feira, 25 de junho de 2012













O Paraguai continua o mesmo. Nao vamos mudar.


O Senado paraguaio destituiu seu presidente por uma ampla maioria de
votos , 39 a 4. Todos os políticos envolvidos falam da situação
absolutamente constitucional e da decisão soberana do Parlamento.
Entretanto , países vizinhos , arautos da democracia, Venezuela,
Argentina, Equador e Bolívia recusam-se reconhecer o novo governo.
Acusam a direita de ter desfechado um golpe de estado disfarçado
contra Fernando Lugo .
A verdade é que mudam-se as formas, mas nao a substancia. Quando um
governante, qualquer um, altera as regras do grupo dominante, o
resultado é que esse mesmo grupo vai aproveitar a primeira
oportunidade que houver para fazer desaparecer as ameaças aos seus
privilégios. Vamos recordar que apenas 1 por cento da população do
Paraguai é dona de 80 por cento das terras de plantio do país. Isso é
o mesmo que dizer que 354 famílias são proprietárias de todo o
território. Como 42 da população vive na zona rural, temos um
contigente enorme de pessoas dependentes dos humores de algumas
centenas. Quando um grupo armado de campesinos matou 6 policiais e
esses , em resposta , aniquilaram outros 11 seres humanos, o sinal
estava dado para o aviltamento dessa terrível situação agraria.
O que parece nao compreender nossos arautos de ocasião, é que se
decidir se foi golpe ou deposição legal agora resulta inútil. O que
houve foi uma reação do poder e da propriedade estabelecidos naquelas
terras ha decadas contra uma forma de futuro desconhecida.
Recapitulemos: Fernando Lugo foi eleito em 2008 por toda uma sorte de
circunstancias alheias à sua própria pessoa. Era uma aposta útil do
Partido Liberal Radical Autentico para apear da presidência o Partido
Colorado, que detinha o mando desde sempre. Uma briga de cachorro
grande, portanto. O pobre e, parece, "amoroso" bispo aconteceu de
estar ali, sem partido e sem força. Um acabado fantoche, até o
momento em que acharam por bem manda-lo para casa. Digamos então que
nao foi golpe - foi uma reacomodação. E se antes de Lugo, aceitávamos
aquele governo como legitimo, temos de fazer o mesmo agora.