terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Identidade Construída na Pele


Os adolescentes hoje parecem querer gritar sua independência e identidade, quer tenham obtidas ambas ou nenhuma. Ao crescer em um mundo assustador e  de desafios constantes, muitos jovens lutam para transformarem-se naquilo que podem ser, mesmo que a ideia ainda seja vaga e confusa. Pesquisa recente indica que tatuar-se não só ajuda a definir uma identidade mas também a defini-la.
Embora o habito de marcar o corpo indelevelmente esteja conosco há milênios, nunca esteve tão na moda quanto agora. E olha que passamos pelos loucos anos sessenta e setenta! O número de estabelecimentos que abrigam profissionais da tatuagem vem dobrando ano a ano. Em Jundiai, tenho a impressão de encontrar um em cada esquina. Grande parte das pessoas que conheço tem uma tatuagem, de tamanhos variados. Algumas cobrem grande parte do corpo, outras ornamentam os calcanhares. Nas mulheres, é mais comum ornamentarem o cóccix, mas estão lá. De acordo com a professora da Universidade do Arkansas, Anne Velliquette, essa mania recrudescente tem explicação na facilidade com que uma pessoa pode recriar sua própria identidade, tanto no mundo virtual, quanto no real. E reinventar-se é cada vez mais atrativo quando o que está a sua volta é fragmentario e inconstante. No final dos anos noventa, Anne conduziu uma pesquisa junto a adolescentes que usavam tatuagem para afirmar o que sentiam e como se sentiam. O que ela descobriu foi uma tentativa desesperada de definir-se em meio o caos reinante. Refazendo a pesquisa quase uma década depois, ela encontrou o mesmo resultado, somado à ideia da nostalgia, isto é, as tatuagens também refletiam sentimentos passados.
Uma leitura que ajuda entender esse aspecto do nosso tempo é Identidade ,  de Zygmunt Baumann, livro no qual o autor descortina uma realidade sem ancoras concretas para o "eu-no-mundo". Nas palavras do professor Baumann, há um constante deslocamento de identidades
 que faz a pessoa "não estar totalmente em lugar algum" e que o preço a ser pago é " a aceitação de que em nenhum lugar vai se estar totalmente e plenamente em casa". Em suma, resume o sociólogo, nada é seguro e sólido e "todas as coisas são líquidas e correm por entre os dedos. " Em um clima de mudanças imprevisíveis e rápidas, qualquer coisa , por mais banal que seja , pode significar um "eu postulo" , expressão que o estudioso polonês usa para indicar o inicio da construção de si mesmo. Uma figura plasmada na pele pode ser o caminho para alcançar o estranhamento no outro e ai então  ser observado como um e único.  No meu tempo de criança, dizia-se que quem queria aparecer deveria pendurar uma melancia no pescoço. Parece que não basta mais!        

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ingênua esperança.


A historia do Brasil, e da América Latina como um todo, é um vai e vem de encruzilhadas. Alternam os países da região períodos de pura utopia com iguais da mais pura ressaca econômica. Depois de anos de crescimento alto, impulsionados pelos bons preços das commodities e a entrada  da China como consumidor com dinheiro para gastar, à  popa desse barco começará a faltar vento. 
O preço das materias primas não param de cair. Os chineses apertaram um pouco o cinto. A Europa enfrenta seus próprios problemas.  A recém-reeleita Dilma Roussef terá pela frente um cenário ainda pior do o que se desenrola até agora.
 As manifestações de junho do ano passado apontaram para uma política da impaciência , para usar o termo de Javier Santiso. Os jovens que saíram às ruas deixaram claro que querem mais e melhores oportunidades de trabalho. Alertaram para a necessidade de incremento do serviço publico, notadamente nas áreas de educação, transporte e saúde. E disseram em megafones que não aceitam esperar.  O PT elegeu sua candidata porque promete realizar tudo isso e mais distribuição justa da riqueza  nacional.    
Sem a bonança do passado, no entanto, a tarefa será, se não impossível, muito difícil. Com menos dinheiro de impostos e uma divida interna assustadora , restará ao governo empurrar com a barriga. Ou ajustar a política fiscal, mas isso significa  pôr um freio nos gastos públicos e fazer passar no Congresso uma reforma tributaria, aquela já há tanto prometida. Não parece haver vontade nem pra uma coisa nem pra a outra. No seu  discurso da vitoria, Dilma anunciou que realizaria as medidas necessárias, mas, infelizmente, ela não é muito conhecida por agarrar-se às próprias palavras. Nem tanto por sua própria culpa , quanto pelo nível complexo de negociações exigidos para satisfazer os desejos de todos os  partidos envolvidos, partidos esses que travam o que querem quando querem e não prestam satisfações a ninguém, nem à Papuda.
Assim, parece que os próximos quatro anos não serão mais do mesmo, apesar dos idênticos atores.  Serão  bem piores!
Espero estar errado, mas lendo o Santiso e seu aviso de que a America abaixo do equador tem um histórico incrível de discursos vazios e nenhuma preocupação com os fatos e os números, a esperança nesse caso é ingênua.         


Mais mulheres, menos câncer de próstata.


Pesquisa conduzida pela Universidade de Montreal revela que fazer sexo com mais de 21 mulheres ao longo da vida reduz consideravelmente o risco de câncer de próstata. As chances de desenvolverem a doença são reduzidas em mais de 30% para os homens mais afoito. E a boa nova não para por ai: o fauno ainda terá 20% mais chances de nunca contrair a forma mais agressiva do câncer. Noticia maravilhosa e uma esperança de mais sexo e mais saúde. Porém, o estudo também diz que ter  relações homossexuais com mais de 20 parceiros aumenta a percentagem em favor da doença e também de forma considerável.    Antes de serem acusados de moralistas, os pesquisadores defendem-se com o argumento de que a promiscuidade homossexual aumenta o risco de contagio das DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis - pela simples razão de que o sexo entre homens tende a ser mais agressivo. Para piorar, as chances de desenvolver a forma agressiva do câncer entre homossexuais mais ativos é 500% maior. Um dos doutores envolvidos no estudo é cauteloso quanto as causas: "pode ser que o sexo anal seja de muito traumático para a próstata."
Em resumo, o numero de relações e  o seu tipo influenciam na saúde do homem. Mas será que resultados como esse, por mais científicos que sejam, não serão descartados  pela comunidade gay como propaganda heterossexual? E pelas mulheres como um convite ao homem para o comportamento promiscuo em detrimento de relações românticas e estáveis?    

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Voar é para os fortes.

Viajar de avião é rápido e seguro. Mas está longe de ser confortável. Aeronaves sempre lotadas, assentos com pouquíssimo espaço para as pernas e comida pra lá de ruim tornam um martírio o seu deslocamento. Os aeroportos são outra fonte de aborrecimentos e sofrimento.  Filas intermináveis para o check-in; longas horas de espera para embarcar;  uma demora irritante para desembarcar e fazer a alfândega. Ainda quando o aeroporto é moderno , oferece bons locais de alimentação, é limpo e possui bons funcionários para atender o viajante, dá pra levar numa boa. Mas quando não, sai de baixo. Eu já passei horas da minha vida olhando para o teto, sem nada pra fazer, com fome ( preços ridiculamente altos; opções quase nenhuma) , pensando duas vezes antes de usar o banheiro ( sujo) e lendo pela quarta vez a mesma revista.   O site sleepinginairports.net listou os 10 piores aeroportos do mundo baseando-se em uma pesquisa realizada com 18.000 passageiros. Vejamos o dez  piores
:

10º -   LaGuardia, New York. Descrito como envelhecido, gasto, decoração feia, sem bons restaurantes, sem sinalização adequada, arquitetura confusa e um pessoal antipático. Estive nesse aeroporto por duas vezes e só posso assinar em baixo. Ruim mesmo.

09º -   Berlin Tegel, Alemanha. Segundo o site, o problema aqui também é a idade. Construído em 1970, tornou-se pequeno para o fluxo de passageiros que hoje recebe. Filas imensas, restaurantes sempre lotados, poucos locais para sentar, o local ficou obsoleto. Um ponto positivo é que ele está localizado quase que no centro da cidade. E em 2016,  o termino do outro aeroporto vai ajudar a resolver o problema. Usei esse aeroporto também duas vezes, mas de forma rápida é só pude constatar o grande numero de pessoas.

08º - Bergamo, Italia. Sem assntos suficientes para o grande numero de pessoas, nenhum wi-fi e raríssimas tomadas, sem mencionar a pouca paciência dos funcionários. Mas a paisagem em volta vale o tormento.

07º - Frankfurt Hahn, Alemanha. Sem-graça, "pelado" e muito longe do centro da cidade. Arquitetura e pessoal não parecem dar boas vindas.

06º - Paris Beauvais-Tille, França. De acordo com o site, o local é atulhado, desconfortável, envelhecido e pouco amigável. Não faz mais do que despachar e descarregar pessoas como se fosse um armazém de secos e molhados e o passageiro uma batata.

05º - Tashkent, Uzbequistão. A cidade merece visita longa e demorada, quer seja pela arquitetura islâmica, deslumbrante, quer seja pela comida mais que exótica. Mas vá de carro, ou de barco , ou de asa-delta ... Faça de tudo para evitar o aeroporto. Não há filas, mas há muita gente. Então, só se consegue chegar no balcão do check-in com muitas cotoveladas. O trâmite para imigração é bastante suspeito e é necessário subornar todo mundo.

04º - Manila Ninoy, Filipinas. Filas longas para tudo, banheiros fedidos, superlotado e oficiais da imigração com cara de pouquíssimos amigos. Mas está melhorando. No ano passado era ainda pior.

03º - Katmandu Tribhuvan, Nepal. Um calor danado sem ar condicionado, nem mesmo ventilador. Há de se ter muito boa vontade para chamar aqueles buracos no chão de banheiros. Wi-fi? Nem pensar.

02º - Jeddah King, Arabia Saudita. Superlotado, poucas cadeiras, as que há são de metal e muito desconfortáveis e o pessoas é bem rude. Mas estão terminando um novo aeroporto que deve ficar pronto esse ano.

01º - Islamabad Benazir Bhutto, Paquistão. O pior aeroporto do mundo, segundo o site, possui todos os defeitos já mencionados aqui com o acréscimo de que há um cuidado muito agressivo  com a  segurança, pra se dizer o mínimo. É extremamente sujo e possui tecnologia nível Fred Flintstone.

Está se perguntando porque não há menção de nenhum aeroporto brasileiro aqui? A razão é simples: foram analisados locais de cidades importantes para a aviação mundial. O Brasil possui aeroportos até que bem razoáveis em seus centros mais populosos.      

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Vão-se os dedos .... e resto também!

Quem for fã da Renée Zellweger e lembra-se dela em O diário de Bridget Jones vai se perguntar o que aconteceu ao olhar fotos atuais. Mudou, e radicalmente.Ficou irreconhecível. A transformação, dizem as revistas de fofocas, deve-se a tratamentos estéticos aos quais podem ser somadas doses cavalares de botox. Não consigo dizer se o resultado foi dos melhores. Pessoalmente, preferia aquele rosto mais moleca. Fica ai talvez um alerta pra quem procura a beleza a qualquer custo. O custo pode ser o transformar-se em outra pessoa. Se você não tiver as feições muito feias, pode ser que não valha a pena. O tempo é inexorável. Lidar com ele é um aprendizado de toda a vida.

Nem uma coisa, nem outra.


Nem bem saíram os números que favorecem a candidata da situação e os petistas já começaram a cantar vitória. Se antes demonizavam os adversários, segundo eles inimigos do povo pobre e sofrido, agora aproveitam para escarnecer e ridicularizar. Para isso, claro, tiveram primeiro de colocar sob suspeita a pesquisa da Istoé/Sensus, que dá larga vantagem para Aécio Neves.  Calma aí! Os institutos de pesquisa mostraram muito mais erros do que acertos no primeiro turno. Podem estar errados tanto  quem dá maior percentagem para um do que os que dão melhores indices para o outro. Lembremos que se fossemos levar a ferro e fogo os números cuspidos quase que diariamente, não veríamos o PSDB na reta final. Analistas e afoitos conclamavam o senador mineiro a desistir da candidatura para salvar sua credibilidade política, que seria reduzida a pó por uma acachapante derrota. As urnas mostraram um resultado bem diferente: um sólido segundo lugar diante da máquina de maquinações estatal. Ora, a máquina de maquinações voltou com tudo e mais um pouco para essa segunda fase das eleições por enquanto democráticas. Ladrão, toxicômano, agressor de mulher foram alguns dos epítetos mais suaves usados e re-usados para enlamear a imagem do neto de Tancredo. Sem nenhuma prova, evidentemente. Prova pra quê? O que interessa é exatamente isso: dar músculos aos números da candidata para insuflar os meninos nas ruas. Esses militantes podem sim! fazer a diferença, mas também o outro lado tem apoiadores. Só não tomam as ruas e as enchem de verde e amarelo porque precisam trabalhar!
 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marina voa livre , leve e solta! Não pode!



Marina voa avante e para o alto! Será que incólume fará o trajeto até o Palácio do Planalto? Da planície onde estão os exércitos de Aécio nao vem sequer um tiro de chumbinho. Da colina cada vez menor onde se assenta Dilma e os seus nao parte mais que jatinhos d'agua, ou nem isso. Que estão esperando os bravos postulantes da cadeira-mor do País? Os timoneiros de ambas as campanhas têm uma compreensão semelhante e que explica tanta inatividade: acham os dois que Marina perde o fôlego e despenca sozinha.  O comandante do marketing petista, Joao Santana, acha que atirar contra uma "viúva" pega mal. Paulo Vasconcelos, do PSDB, nao quer indispor uma valiosa aliada num segundo turno.
Penso que Marina nao vá perder o fôlego. Já na campanha de 2010, ela só fez crescer. Terminou com 17% dos votos. Nessa eleição, triplicou os votos do falecido Eduardo Campos em menos de uma semana. Sua condição de "viúva" está sendo sobrevalorizada. Ela tem pontos fracos e Campos não era o santo que agora o pintam. Ninguém vai falar do avião sem dono? Nem uma palavra sobre essa coligação mais que esquisita PSB-Rede? E os discursos desconexos da candidata? Nesse quesito, ela quase ganha de Dilma.
Já sei: tanto os tucanos quanto os petistas não querem ser os primeiros a armar o bodoque. Estão com medinho de desagradar os indecisos de almas sensíveis. Ok,Ok! Mas tenham em mente que 5 de outubro está aí na esquina. Daqui a pouco pode ser tarde demais.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O ITAMARATY SEM DIPLOMACIA

O governo brasileiro  tem a incrível capacidade de ficar do lado errado da historia, da razão e  do que é mais humano. O agente da estupidez agora foi o Itamaraty, que emitiu uma nota condenando as ações de Israel e EXIGINDO um imediato cessar-fogo. O documento não traz sequer uma linha sobre os feitos terroristas do Hamas. A  reação israelense foi rápida e contundente: 
                     
                     [...] o comportamento do Brasil ilustra porque esse gigante 
                     econômico permanece politicamente irrelevante.

A nota irritou também judeus em várias partes do mundo. Aqui, os israelitas divulgaram um comunicado  que reproduzo abaixo, tão contundente quanto o oficial e tão certeiro quanto.

"A Confederação Israelita do Brasil vem a público manifestar sua indignação com a nota divulgada nesta quarta-feira pelo nosso Ministério das Relações Exteriores, na qual se evidencia a abordagem unilateral do conflito na Faixa de Gaza, ao criticar Israel e ignorar as ações do grupo terrorista Hamas.
Representante da comunidade judaica brasileira, a Conib compartilha da preocupação do povo brasileiro e expressa profunda dor pelas mortes nos dois lados do conflito.Assim como o Itamaraty, esperamos um cessar-fogo imediato.
No entanto, a lamentável nota divulgada pela chancelaria exime o grupo terrorista Hamas de responsabilidade no cenário atual. Não há uma palavra sequer sobre os milhares de foguetes lançados contra solo israelense ou as seguidas negativas do Hamas em aceitar um cessar-fogo.
Ignorar a responsabilidade do Hamas pode ser entendido como um endosso à política de escudos humanos, claramente implementada pelo grupo terrorista e que constitui num flagrante crime de guerra, previsto em leis internacionais.
Fatos inquestionáveis demonstram os inúmeros crimes cometidos pelo Hamas, como utilização de escolas da ONU para armazenar foguetes, colocação de base de lançamentos de foguetes em áreas densamente povoadas e ao lado de hospitais e mesquitas.
Também exortamos o governo brasileiro a pressionar o Hamas para que se desarme e permita a normalização do cenário político palestino. Lamentamos ainda o silêncio do Itamaraty em relação à política do Hamas de construir túneis clandestinos, em vez de canalizar recursos para investir em educação, saúde e bem-estar da população na Faixa de Gaza.
A Conib também lamenta que, com uma abordagem que poupa de críticas um grupo que oprime a população de Gaza e persegue diversas minorias, o Brasil mine sua legítima aspiração de se credenciar como mediador no complexo conflito do Oriente Médio.
Uma nota como a divulgada nesta quarta-feira só faz aumentar a desconfiança com que importantes setores da sociedade israelense, de diversos campos políticos e ideológicos, enxergam a política externa brasileira."

DOIS PESOS E MUITAS MEDIDAS



Depois de três semanas do inicio da operação Limite de Proteção, uma tentativa de parar os ataques de foguetes vindos da Faixa de Gaza, Israel deu inicio à invasão por terra. O resultado até agora mostra 648 palestinos e aproximadamente 30 israelenses mortos; 2.360 foguetes disparados em direção de Tel Aviv e mais de 2.000 tiroteios entre os  conflituosos. Como a parte mais poderosa militarmente e a com menor numero de baixas, o país de  Benjamin Netanyahu vem sofrendo pesadas criticas. A mais frequente é de que tem agido de forma desproporcional.
Claro que qualquer perda de vidas inocentes é lamentável e deve ser considerada como homicídio; portanto, deve ser investigada e levada a julgamento. Mas não podemos ignorar o fato de que poucas vezes se tem visto um numero de vitimas civis tão pequeno na historia recente de conflitos armados. Ainda mais se levarmos em conta a desumana estratégia do Hamas de esconder armamentos  em escolas , hospitais e residências. Há também o fato do grupo terrorista usar a torto e a direito escudos humanos, isto é, cidadãos comuns forçados a subirem em prédios para com sua presença desencorajar o disparo inimigo. Os israelenses não estão isentos de pecados. Longe disso! Ainda assim, é muito raro ver um caso de tamanha preocupação com a integridade física da população inimiga a ponto de avisar quando e onde o bombardeio vai acontecer a fim de que haja tempo da fuga para abrigos. Essa atitude prejudica a eficácia da ação porque alerta também os combatentes. Já os muçulmanos nunca anunciaram qualquer um das dezenas de milhares de ataques em solo judeu; e não podemos esquecer que sempre visam cidades, sem um alvo militar especifico.
A reação de certa parte da mídia internacional tem sido a de acusar Israel de genocida! Alias, essa palavra foi usada já no inicio da guerra, quando o numero de vitimas não somava duas dezenas. A impressão que se tem é de que as manchetes estavam prontas e seriam usadas qualquer que fosse a realidade. Os sionistas são culpados e ponto. O senhor Mahmoud Abbas, presidente da autoridade palestina, foi um dos que primeiro brandiram o vocábulo; entretanto, dias antes disso ele telefonou para o presidente sírio Bashar Assad para congratula-lo pela recente re-eleição. Esse ultimo, como se sabe, é responsável pela morte de mais de cem mil civis nos últimos dois anos. Genocida? Não! Democrata amigo e companheiro.

sábado, 19 de julho de 2014

Uma guerra para conquistar o direito de existir






Os palestinos e Israel prometem ainda muitas mortes e argumentos sobre a crise atual em Gaza. De um lado, há a acusação de que  os judeus estejam cometendo crimes de guerra;  de que a operação terrestre seja desnecessária e terrível. Por outro, há a ideia de que os palestinos estão engajados em uma cultura de violência e que não dão ouvidos às conversas sobre cessar-fogo. Só uma coisa é certa: o Hamas está destruindo a Faixa de Gaza.
Israel, obviamente, nao tem como ser desculpada. A ocupação, bombardeios constantes e o bloqueio são ações terríveis. A lista de vitimas fatais é composta quase que exclusivamente de civis palestinos - mulheres e crianças, em sua maioria. Causa espécie, entretanto, a responsabilidade do Hamas nessas mortes. O grupo armado tem controle absoluto sobre a area ja faz sete anos e durante esse período só trouxe desemprego e pobreza. Sua insistência em disparar foguetes para atingir o outro lado do muro tem legitimado o uso de uma força bélica que ele não pode igualar. Para proteger seu armamento dos ataques precisos, o grupo convoca exatamente civis a fim de formar um escudo humano. O Hamas dá nenhum valor à vida dos seus inimigos e quase nenhum aos seus próprios conterrâneos. 
Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel disse em uma ocasião que se o Hamas abandonar as armas, haverá paz; se seu país o fizer, não haverá Israel. E ele está certo: o objetivo declarado dos muçulmanos é a extinção dos judeus; não só naquela região, mas no planeta. Qualquer resposta menos enfática às agressões será vista como fraqueza e fará recrudescer a violência contra o povo judeu. Lutam não para vencer um oponente, mas para terem o direito de existir.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sem Neymar, temos de provar que somos um time.


Amanhã, a seleção brasileira enfrentará a poderosa Alemanha sem seu craque maior. Conseguirá provar que é um time verdadeiramente ? A contusão de Neymar é um enorme contratempo para o sonho do hexa, mas também é a chance de provar que os anfitriões da Copa não vieram  a campo com um homem só. Merece a taça quem apresenta o melhor futebol, esporte coletivo. Essa grita toda em torno da ausência é exagerada e diminui os outros jogadores. Eles não foram convocados apenas para fazer figuração. São atletas de potencial comprovado. De outra maneira não fariam parte da lista de Felipão.
A derrota, amanhã, também não deverá ser amenizada por conta do desfalque. Se perdermos, sejamos homens. Vamos saudar os vitoriosos pela conquista, caso ela aconteça,  dizer "Parabéns" e evitar o menosprezo. Em nossa casa, a copa das copas tem de mostrar seu brilho em todos os aspectos, inclusive no moral.

terça-feira, 13 de maio de 2014

CUM NIMIS ABSURDUM



O caminho da humanidade rumo à civilização é cheio de sinais, que dizem mais ou menos a mesma coisa: o homem é violento. Fabiane Maria de Jesus, morta a pauladas no Guarujá, é mais uma vitima dessa marcha insana. Uma multidão enlouquecida, instigada por rumores iniciados no Facebook, encurralou-a e apedrejou, e chutou, e deu socos e ponta-pés em uma série que só parou quando a vida abandonou o corpo inerte da inocente. Sim! Ela era culpada de nada. Morreu porque a turba nunca pensa , analisa e pondera. Só segue o instinto selvagem do homem, que faz a violência se repetir como um ritual, e quotidianamente.
As vitimas do odio da horda de idiotas primitivos vão se transformar em números, que irão abastecer uma estatística de horrores. Aí vem os abutres, os intelectuais aninhados diante de telas luminescentes. Esses sociólogos de plantão tecerão teses e mais teses sobre a miséria, a exploração do homem pelo homem, a decadência do modelo burguês e sobre como no comunismo a natureza assassina  é sufocada para transformar todos em anjos. Puxarão dos dicionários palavras adormecidas para acordar rancores também adormecidos. Vão alardear saberes antigos com o intuito de manchar reputações construídas por decadas de trabalho árduo.
O resultado é a espreita para a opereta conhecida dos xingamentos, sempre filmada e distribuída nas mesmas redes sociais que deram inicio ao massacre. E quando o sangue escorrer, haverá , hipocrisia das hipocrisias, espanto e mais teses.  E elas, as teses, terão sempre algo em comum: vão apontar culpados. E esses terão nome e rg. Serão sempre os inimigos do regime. Joaquim Barbosa, que trancafia homens do Estado. Rachel Sheherazade, que critica a lassidão dos governantes frente à corrupção. Reinaldo Azevedo, que combate o totalitarismo. E outros. Basta não ser da turma para ser objeto de um texto abjeto.
Mas o pior, o pior mesmo, é que todos esses "pensadores" têm salários e dos bons. E eles vêm do bolso do contribuinte.
   

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A golpe e ponta-pés fica difícil!

A respeito de um texto que escrevi sobre Maduro, um amigo petista ( Sim, os tenho!) veio com aquela frase para ele avassaladora: ele foi eleito democraticamente e tira-lo do governo é golpe! Menos, companheiro, menos. Como dizia Tim Maia, uma coisa é uma coisa. Outra é outra. Dizer que os chavistas foram eleitos debaixo de preceitos democraticos é forçar um pouco a barra. Varias foram as distorções ocorridas no processo. Dentre elas, a truculência dos coletivos ( grupos armados e pagos pró governo) “incentivando” o voto no candidato da situação. Mas vamos dar de barato que o resultado tenha sido legitimo - ainda assim, foi apertado: 51% a 49% , grosso modo. Há toda a metade de uma Venezuela, portanto, que não se sente representada e que deveria ser ouvida. Ah, choro de perdedor, dirá meu socialista amigo. Digo-lhe que não deve haver perdedores e que todos precisam ser contemplados em seus corretos anseios. 
Digo mais, a democracia não funciona somente uma vez a cada quatro anos e muito menos o seu “vencedor” obtém automaticamente o direito de fazer o que lhe vier à cabeça. 
A Venezuela tem aproximadamente trinta milhões de habitantes. Isso quer dizer que quatorze milhões de pessoas, volto a bater nessa tecla, esperam ser convidadas ao debate. Não imaginam serem deixadas de lado, ainda mais quando o outro lado tem apresentado resultados pra lá de questionáveis. Tratá-los a golpe e ponta-pés e tachá-los de fascistas não me parece o caminho para esvaziar as ruas.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

PRECISAMOS PARAR DE APOIAR DITADURAS

Romario, uma vez,  disse que Pelé calado ele era um craque. Gostava de ouvir o que o baixinho tem a dizer acerca das recentes declarações da presidente Dilma. Uma em especial: a de que o Brasil não tem nada de dar pitaco sobre situações em países vizinhos. Só se vamos nos recolher ao silencio a partir de agora. Lembro que não faz muito tempo o sr. Lula gritou aos quatro cantos seu descontentamento pela deposição do presidente Manoel Zelaya. Isso foi em 28 de Junho de 2009, pra ser mais preciso. Em outro episódio, o governo brasileiro não só gritou como efetivamente promoveu medidas de retaliação contra uma decisão soberana de uma nação estrangeira: a cassação do mandato de Fernando Lugo do posto de presidente do Paraguay. Note-se que ele foi destituído do cargo de modo legítimo pelo senado daquele país por 39 votos a 4. Foram expulsos do Mercosul por isso.
Acho até que um país tão grande como o nosso, com fronteiras continentais, não pode mesmo calar-se diante de questões que de um modo ou de outro vai nos afetar. A deposição de governantes ou a guerra civil em terras vizinhas são de nosso interesse e devemos tomar posição. Mas custa acertar pelo menos uma, pelo amor de deus? Os governos Lula e Dilma só tomam decisões, no que tange relações internacionais, que parecem querer ressuscitar ideologias carbonizadas. Esse socialismo bolivariano já deu muitas provas de que no melhor dos seus resultados as prateleiras dos supermercados esvaziam-se. A Venezuela não tem papel higiênico. Lá, há falta de tudo. Em 13 anos de bolivarianismo, nada se desenvolveu, nada se criou. Só tem havido a triste repetição do roteiro de sempre. Censura, perseguição a oposição, truculência, desmandos e demonização dos Estados Unidos.
Precisamos sim nos posicionar. Nossa presidente tem sim de manifestar a opinião do Brasil. Mas que o faça alinhado com o que existe de mais moderno em matéria de governança ética e de democracia. Parece que só fazem é apostar em ditaduras!  

A DITADURA A GALOPE

Na medida em que recrudescem os atos de violência, os venezuelanos percebem que os artigos mais simples da constituição do país perdem qualquer valor. Manifestações legitimas encontram cassetetes e balas pela frente; casas são invadidas sem mandado; pessoas são detidas sem autorização. Nosso vizinho nortista vive hoje o império da força.
A juventude estudantil tem tentado tomar as ruas para protestar contra o governo de modo pacifico e de cara limpa, mas bandidos apoiados pela ditadura e que se agrupam sob o nome de “coletivos” aparecem atirando para matar. Esses grupos armados irregulares não são incomodados pelas forças públicas, mais interessadas em agredir e prender quem quer que levante a voz contra Maduro e suas sandices.
Em vários locais, residências e comércios são invadidos por agentes governamentais em busca de pessoas chamadas terroristas, mas que na verdade não passam de jovens assustados e que temem pela vida. Há vídeos feitos por celulares que mostram tropas de choque derrubando muros e portas sem a menor cerimonia., muito menos sem autorização judicial.
As cadeias e presídios estão abarrotadas de gente, levadas para lá sem acusação formal. Parentes têm encontrado dificuldade para achar os seus entes, trancafiados quase anonimamente em celas escolhidas aleatoriamente e em varias partes do território.
O desrespeito às garantias mínimas de vida, liberdade e propriedade é a prova maior do que quer Maduro e os seus: implantar uma ditadura sem oposição e que possa agir sem prestar contas a ninguém; que possa, enfim, gozar do poder absoluto, fazendo uso do despotismo, da crueldade, do uso excessivo da força e da autoridade.