terça-feira, 13 de maio de 2014

CUM NIMIS ABSURDUM



O caminho da humanidade rumo à civilização é cheio de sinais, que dizem mais ou menos a mesma coisa: o homem é violento. Fabiane Maria de Jesus, morta a pauladas no Guarujá, é mais uma vitima dessa marcha insana. Uma multidão enlouquecida, instigada por rumores iniciados no Facebook, encurralou-a e apedrejou, e chutou, e deu socos e ponta-pés em uma série que só parou quando a vida abandonou o corpo inerte da inocente. Sim! Ela era culpada de nada. Morreu porque a turba nunca pensa , analisa e pondera. Só segue o instinto selvagem do homem, que faz a violência se repetir como um ritual, e quotidianamente.
As vitimas do odio da horda de idiotas primitivos vão se transformar em números, que irão abastecer uma estatística de horrores. Aí vem os abutres, os intelectuais aninhados diante de telas luminescentes. Esses sociólogos de plantão tecerão teses e mais teses sobre a miséria, a exploração do homem pelo homem, a decadência do modelo burguês e sobre como no comunismo a natureza assassina  é sufocada para transformar todos em anjos. Puxarão dos dicionários palavras adormecidas para acordar rancores também adormecidos. Vão alardear saberes antigos com o intuito de manchar reputações construídas por decadas de trabalho árduo.
O resultado é a espreita para a opereta conhecida dos xingamentos, sempre filmada e distribuída nas mesmas redes sociais que deram inicio ao massacre. E quando o sangue escorrer, haverá , hipocrisia das hipocrisias, espanto e mais teses.  E elas, as teses, terão sempre algo em comum: vão apontar culpados. E esses terão nome e rg. Serão sempre os inimigos do regime. Joaquim Barbosa, que trancafia homens do Estado. Rachel Sheherazade, que critica a lassidão dos governantes frente à corrupção. Reinaldo Azevedo, que combate o totalitarismo. E outros. Basta não ser da turma para ser objeto de um texto abjeto.
Mas o pior, o pior mesmo, é que todos esses "pensadores" têm salários e dos bons. E eles vêm do bolso do contribuinte.