segunda-feira, 25 de junho de 2012













O Paraguai continua o mesmo. Nao vamos mudar.


O Senado paraguaio destituiu seu presidente por uma ampla maioria de
votos , 39 a 4. Todos os políticos envolvidos falam da situação
absolutamente constitucional e da decisão soberana do Parlamento.
Entretanto , países vizinhos , arautos da democracia, Venezuela,
Argentina, Equador e Bolívia recusam-se reconhecer o novo governo.
Acusam a direita de ter desfechado um golpe de estado disfarçado
contra Fernando Lugo .
A verdade é que mudam-se as formas, mas nao a substancia. Quando um
governante, qualquer um, altera as regras do grupo dominante, o
resultado é que esse mesmo grupo vai aproveitar a primeira
oportunidade que houver para fazer desaparecer as ameaças aos seus
privilégios. Vamos recordar que apenas 1 por cento da população do
Paraguai é dona de 80 por cento das terras de plantio do país. Isso é
o mesmo que dizer que 354 famílias são proprietárias de todo o
território. Como 42 da população vive na zona rural, temos um
contigente enorme de pessoas dependentes dos humores de algumas
centenas. Quando um grupo armado de campesinos matou 6 policiais e
esses , em resposta , aniquilaram outros 11 seres humanos, o sinal
estava dado para o aviltamento dessa terrível situação agraria.
O que parece nao compreender nossos arautos de ocasião, é que se
decidir se foi golpe ou deposição legal agora resulta inútil. O que
houve foi uma reação do poder e da propriedade estabelecidos naquelas
terras ha decadas contra uma forma de futuro desconhecida.
Recapitulemos: Fernando Lugo foi eleito em 2008 por toda uma sorte de
circunstancias alheias à sua própria pessoa. Era uma aposta útil do
Partido Liberal Radical Autentico para apear da presidência o Partido
Colorado, que detinha o mando desde sempre. Uma briga de cachorro
grande, portanto. O pobre e, parece, "amoroso" bispo aconteceu de
estar ali, sem partido e sem força. Um acabado fantoche, até o
momento em que acharam por bem manda-lo para casa. Digamos então que
nao foi golpe - foi uma reacomodação. E se antes de Lugo, aceitávamos
aquele governo como legitimo, temos de fazer o mesmo agora.

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