quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A golpe e ponta-pés fica difícil!

A respeito de um texto que escrevi sobre Maduro, um amigo petista ( Sim, os tenho!) veio com aquela frase para ele avassaladora: ele foi eleito democraticamente e tira-lo do governo é golpe! Menos, companheiro, menos. Como dizia Tim Maia, uma coisa é uma coisa. Outra é outra. Dizer que os chavistas foram eleitos debaixo de preceitos democraticos é forçar um pouco a barra. Varias foram as distorções ocorridas no processo. Dentre elas, a truculência dos coletivos ( grupos armados e pagos pró governo) “incentivando” o voto no candidato da situação. Mas vamos dar de barato que o resultado tenha sido legitimo - ainda assim, foi apertado: 51% a 49% , grosso modo. Há toda a metade de uma Venezuela, portanto, que não se sente representada e que deveria ser ouvida. Ah, choro de perdedor, dirá meu socialista amigo. Digo-lhe que não deve haver perdedores e que todos precisam ser contemplados em seus corretos anseios. 
Digo mais, a democracia não funciona somente uma vez a cada quatro anos e muito menos o seu “vencedor” obtém automaticamente o direito de fazer o que lhe vier à cabeça. 
A Venezuela tem aproximadamente trinta milhões de habitantes. Isso quer dizer que quatorze milhões de pessoas, volto a bater nessa tecla, esperam ser convidadas ao debate. Não imaginam serem deixadas de lado, ainda mais quando o outro lado tem apresentado resultados pra lá de questionáveis. Tratá-los a golpe e ponta-pés e tachá-los de fascistas não me parece o caminho para esvaziar as ruas.

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