terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Setenta Anos E Mais Um Dia



O aniversário de 70 anos da libertação dos prisioneiros de Auschwitz pelo exército americano vem acompanhado de uma constatação: mesmo os maiores horrores não resistem à memória. Maior crime jamais perpetrado contra um povo, o  Holocausto, ou sua lembrança,  só resiste nas lagrimas dos poucos sobreviventes e em cerimonias cada vez mais raras. Uma pesquisa realizada com 53.000 pessoas revelou que 46% delas nunca sequer tinham ouvido falar da barbarie. Uma percentagem que aumenta e muito entre os jovens. Para muitos adolescentes, o nome do campo de concentração nada mais é que um tipo de cerveja.
O respeito que 6 milhões de mortos deveriam suscitar parece que também vai diminuindo. Na moda do selfie, está deixando de ser estranho ou raro ver fotos de rostos sorridentes tendo como pano de fundo os fornos crematórios. Esses mesmos fornos que transformaram em cinzas milhões de seres humanos cujo único crime foi ser inimigos involuntários do regime da época.  Professavam uma fé diferente do ditador de plantão.
A europa e também o mundo precisam reavivar a dor dos sobreviventes e causar consternação em todos os outros. Somente com a garganta assombrada pelo crime horrendo nós seremos capazes de prever, identificar e combater os novos fascistas, aqueles que não reconhecem o direito inalienável do homem à diversidade. Setenta anos são migalhas do tempo no altar da reverencia que devemos ao nosso melhor juízo.
           

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